Tempos Difíceis ou O Verão de Nossa Desesperança

Tempos Difíceis...
O título do post é o mesmo nome de um livro do grande escritor inglês Charles Dickens, publicado pela primeira vez em 1854.

Eu não li mas conheço a sinopse.

É uma daquelas obras que estão em minha lista dos "aguardando leitura" e que sei que não darei conta.

Me lembrei dele ao ler o artigo abaixo do Luis Nassif, do Jornal GGN.
Quem deu a dica no Face foi o amigo Felipe.

Ao terminar de ler pensei: tempos difíceis pela frente.

A principio fiquei em dúvida se era nome de música, filme ou livro. Provavelmente os três.

Mas em comentário sobre o livro a editora (Boitempo Editorial) faz mesmo um paralelo com o momento atual:
Um dos clássicos de Steinbeck
"Neste clássico da literatura, Charles Dickens trata da sociedade inglesa durante a Revolução Industrial usando como pano de fundo a fictícia e cinzenta cidade de Coketown e a história seus habitantes. Em seu décimo romance, o autor faz uma crítica profunda às condições de vida dos trabalhadores ingleses em fins do século XIX, destacando a discrepância entre a pobreza extrema em que viviam e o conforto proporcionado aos mais ricos da Inglaterra vitoriana. (...).

Escrito em 1854, o clássico Tempos Difíceis mantém sua atualidade. Em meio à crise capitalista que assola parte do mundo com números crescentes de desempregados e cortes de gastos dos Estados – e, consequentemente, de empobrecimento da população –, a obra de Dickens mostra um panorama histórico do sistema capitalista e faz uma crítica social contundente a ele. (...)".

Pois leiam o artigo abaixo e constatarão que também lembra um outro título de livro: "O Inverno de Nossa Desesperança", editado em 1961, escrito por John Steinbeck, Prêmio Nobel de Literatura de 1962. Neste caso poderíamos adaptar para "O Verão de Nossa Desesperança".

Ah! Me lembrei da música (ou pelo menos de uma delas): é do grupo Racionais MCs.
Reproduzo a seguir, antes do artigo.



A volta do pêndulo e os tempos de pré-Collor
Por Luis Nassif

"O grande músico e mestre Hans-Joachim Koellreutter dizia que a história é como uma espiral: sempre volta-se para o mesmo lugar alguns degraus acima.

De certo modo a espiral brasileira remete para 1989.

O primeiro ponto em comum é o desencanto, o fim das utopias e a gravidade das crises que se prenunciam.

Lá, havia a interrupção do sonho da redemocratização e dos pacotes econômicos e o fantasma da hiperinflação; aqui, o desencanto com o sonho do desenvolvimento com equidade social e o fantasma da crise da água.

***

O segundo ponto é a decepção com as instituições públicas. Aliás, nos dois momentos, o raio-x nítido das razões porque o país sempre se fez tão lentamente: a pobreza das instituições públicas, partidos políticos, três poderes e mídia; a imensa dificuldade em pensar grande, em desenvolver uma visão estratégica.

***

O terceiro, a ausência de figuras referenciais. Lá, a desmoralização da oposição com a enorme caça ao butim que se seguiu à posse de Sarney. Aqui, a falta de propostas do governo e da oposição e a pobreza de lideranças.

***

Em cima desse quadro, nos próximos anos se enfrentará a crise de água, problemas econômicos, radicalização social, a crise do velho modelo de articulação da informação, com o advento das redes sociais e, principalmente, a falta de perspectivas.

***

Dependendo do desenrolar da crise, estarão feridos de morte os dois partidos que dividiram a hegemonia política brasileira nas últimas décadas: PT e PSDB. A paciência do eleitor não suportará por tanto tempo o discurso do “mal menor”.

***

De quem é o protagonismo político?

Do lado do governo, da presidente Dilma Rousseff. Nas últimas eleições Dilma foi premiada com a segunda oportunidade – uma tradição no jogo político brasileiro, mas que tornará o eleitor muito mais exigente – e com a extraordinária fragilidade do seu opositor, o PSDB.

Indicou um Ministério político para se defender das tentativas de impeachment que virão, mas terá que desenhar um projeto de país para se defender do alastramento do anti-petismo e do anti-governismo.

Terá os próximos meses para mostrar a cara de seu governo.

O balanço do primeiro governo não sugere uma obra à altura dos desafios atuais de um país convivendo com múltiplas crises. Até poderá emergir uma nova Dilma, com uma estatura política até agora impressentida. Mas seria uma surpresa.

***

O PT tornou-se um partido político sebastianista, agarrado à imagem de Lula. Lula de 2018 será como Getulio de 1950: novos tempos, novas circunstâncias com o peso da idade contando.

***

Do lado da oposição, vai sobrar quem? Mesmo que mantenha os votos do antipetismo, Aécio Neves não demonstrou fôlego para assumir a empreitada de liderar a oposição. A crise de água irá expor em toda intensidade o nível do provavelmente mais medíocre governador da história moderna de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Entre as lideranças alternativas, Marina Silva tem a consistência de uma libélula perdida.

***

Em 1989 surgiu a surpresa Fernando Collor, embalado nas ideias de Margareth Tatcher.

Agora, não apenas o Brasil mas o mundo está perdido na ausência de propostas.

Vem tempos bicudos pela frente."

Comentários

  1. "A Grécia pode levar os “ventos da mudança” à Europa?"

    Postado em 01 fev 2015 por : Diario do Centro do Mundo
    Publicado na BBC.
    Muitos disseram que a eleição do partido de esquerda Syriza espalhará ondas de choque por toda a Europa.

    É verdade, mas ela também provocará harmonias esquisitas, respostas locais e ecos imprevisíveis. Também dará, é claro, esperanças a outros partidos de extrema esquerda europeus.

    A crise econômica provocou o crescimento da extrema direita, mas até agora os herdeiros de Marx ainda não tinham dado as caras. Isso acaba de mudar.

    O líder do partido espanhol Podemos, Pablo Iglesias, estava no palanque em Atenas pouco antes das eleições.

    “Primeiro tomamos Manhattan, depois tomamos Berlim”, disse. Ele estava citando o músico e poeta Leonard Cohen e, ao mesmo tempo, declarando guerra aos neoliberais.

    Mas ele teria sido mais profético se tivesse mencionado Madri – o partido tem chances reais de vencer as eleições gerais espanholas antes do fim do ano.

    O Podemos já é o maior partido da Espanha em úmero de afiliados e aparece em primeiro lugar nas pesquisas de opinião – na mais recente, o partido aparecia com 28% das intenções de voto, comparado com apenas 19% do partido governista, o conservador PP, do primeiro-ministro Mariano Rajoy.

    Neste sábado, milhares de pessoas foram às ruas na capital espanhola em apoio ao partido, em um de seus primeiros atos públicos após a vitória do aliado Syriza na Grécia.

    “Os ventos da mudança começam a soprar na Europa”, disse Iglesias à multidão animada, que veio de diversas partes da Espanha, segundo o correspondente da BBC Tom Burridge.

    “Sonhamos, mas levamos nossos sonhos a sério. Mais foi feito na Grécia em seis dias do que muitos governos fizeram em anos.”

    Oportunidade social-democrata

    Em um comício logo após a vitória, o novo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse acreditar que o partido de esquerda Sinn Fein venceria as eleições irlandesas no ano que vem.

    Isso também não é impossível. E um eixo de extrema esquerda com Grécia, Espanha e Irlanda pode ser um desafio poderoso para os governos europeus.

    A música “First we take Manhattan”, de Leonard Cohen, também diz: “Você me amava quando eu era um perdedor, mas agora está preocupado que eu possa vencer”.

    Mas isso não se trata apenas da possível vitória de insurgentes radicais que estão fartos das doutrinas ortodoxas de Berlim e de Bruxelas.

    É também uma oportunidade para os atuais partidos social-democratas.

    Um dos poucos líderes europeus que cumprimentou o Syriza com entusiasmo verdadeiro foi o francês François Hollande.

    Ele está preso em sua própria batalha com a Comissão Europeia pelo tamanho do orçamento francês e deve ver o novo governo grego como um aliado em uma luta por uma Europa mais Keynesiana (que acredita no Estado como agente indispensável para o controle da economia e rejeita algumas ideias liberais).

    Já a posição do primeiro-ministro italiano Matteo Renzi é um pouco mais complicada, mas a vitória do Syriza virá a calhar para o “cabo de guerra entre flexibilidade e austeridade” do seu partido, nas palavras no ministro das Relações Exteriores italiano.

    O resultado das eleições gregas provavelmente vai empurrar o governo italiano de cima do muro, para um lado ou para o outro.

    Já Ed Miliband, líder do Partido Trabalhista britânico, não quer ser associado ao Syriza – seus assessores querem evitar o apelido “Red Ed” (“Ed Vermelho” ou “Ed Comunista”, em tradução livre).

    Mas já há comentaristas de esquerda pedindo que Miliband siga os passos de Alexis Tsipras. Caso ele se torne o próximo primeiro-ministro britânico, os pedidos irão aumentar.

    ResponderExcluir
  2. Tensões na UE
    Em certo sentido, a batalha política que se desenha no continente, mesmo que entre as tradicionais esquerda e direita, pode trazer uma dose de debate democrático necessária ao processo de tomada de decisões geralmente tecnocrático da União Europeia.

    Mas se a divisão entre esquerda e direita se transformar em um conflito entre vencedores e perdedores econômicos, ela irá enfatizar a tensão básica dentro do bloco.

    Esta eleição chega justamente ao coração do problema – a crise grega desnudou os principais paradoxos e enigmas do projeto europeu.

    A crise expôs o abismo entre a aspiração romântica original de uma unidade supranacional e as diferentes necessidades e pontos de vista econômicos dos estados.

    Para os europeus do norte, a Grécia é um destino de romance, de admiração pelo lugar onde nasceu a civilização ocidental.

    Com o passar dos anos, os bárbaros loiros demonstraram uma certa sentimentalidade em relação ao “berço da democracia” e seu lugar em uma nova Europa.

    A Grécia moderna mal tinha saído de uma ditadura militar em 1974 quando se atirou de cabeça na União Europeia em 1981.

    Para muitos é impensável que o país não seja uma parte integral do sonho europeu. O mesmo se aplica à participação grega no euro.

    Uma moeda única que pode ter parecido uma solução óbvia para a Alemanha e a França não parecia tão lógica para a Grécia, mas o euro também era uma expressão de ambição política.

    Alguns esperavam que, quando a Europa tivesse sua própria moeda, uma entidade supranacional emergisse completamente formada, como a Vênus do mar. Como excluir a Grécia desse otimismo?

    ResponderExcluir
  3. este de solidariedade
    A Grécia se tornou a lesma da Europa, muitas vezes nem sequer tentando chegar aos padrões de outros países europeus – um país onde só os ingênuos pagavam impostos, onde muitos viam o esbanjamento do estado como um direito, onde uma burocracia kafkiana só conseguia ser vencida pela propina, onde o sistema sufocava as esperanças e os partidos políticos recompensavam seus fieis seguidores com empregos confortáveis nos empreendimentos estatais.

    Quando tudo deu errado, os pagadores europeus – liderados pela Alemanha – intervieram para resgatá-los, mas o remédio pareceu uma punição, com Angela Merkel no papel de babá durona administrando uma dose de óleo de fígado de bacalhau.

    Memórias de invasões e guerras foram revividas no país – imagens de Merkel eram mostradas ao lado de suásticas nas ruas de Atenas.
    Agora, esses estereótipos ficarão ainda piores no momento em que a Grécia se recusa a tomar outra dose.
    Para muitos gregos, as medidas de austeridade não são uma expressão do amor disciplinador dos pais, mas, sim, da arrogância colonial de chefes e banqueiros.
    E agora, ouviremos mais ainda a ladainha dos “nortistas trabalhadores e pagadores de impostos sacrificando-se para manter os sulistas irresponsáveis em sua indolência banhada pelo sol”.
    O que será testado agora são os limites da solidariedade e da empatia europeias. As tensões entre Norte e Sul, já aparentes, ficarão ainda maiores, aumentando a possibilidade de uma ruptura.
    Neste sábado, Angela Merkel afirmou à revista alemã Die Welt que não considera cancelar a dívida grega, mas disse querer que o país permaneça na zona do euro.
    Ignorar as demandas de um governo democraticamente eleito não será muito bom para a reputação da União Europeia, que já é amplamente acusada de ser elitista e desconectada da realidade.
    Perigo da extrema direita
    Além disso, François Hollande não foi o único líder francês a cumprimentar o Syriza. A líder do partido de extrema direita Frente Nacional, Marine Le Pen, também.
    O governo grego votou em um grupo de ex-marxistas, comunistas e socialistas linha dura, é verdade. Mas é preciso lembrar que o partido que ficou em terceiro lugar – o Aurora Dourada – é o mais perto que se pode chegar hoje na Europa de um partido nazista tradicional.
    O partido poderiam inclusive, ter se saído melhor nas eleições se seus líderes não estivessem presos, acusados de formar uma organização criminosa após o assassinato de um opositor.
    Portanto, a ascensão da extrema esquerda não impediu a ascensão da extrema direita. O mais provável é que as pessoas estejam buscando novas respostas para as velhas perguntas.
    O povo grego não votou por uma política econômica específica – eles investiram suas esperanças em algo que seja diferente da velha ordem.
    Se seu investimento não for recompensador, isso não significa que vai querer voltar a sua antiga rotina.

    ResponderExcluir
  4. Eduardo Cunha é a chave da privataria na Petrobrás (1)

    No primeiro domingo de fevereiro, estará em jogo o destino do Brasil nos próximos quatro anos. O homem que ocupará o terceiro posto na linha sucessória da Presidência da República começa a ser definido. Eduardo Cunha, do PMDB (RJ), Júlio Delgado, do PSB (MG), e Arlindo Chinaglia, do PT (SP), disputarão a Presidência da Câmara dos Deputados.

    A intensidade da disputa pelo cargo vem surpreendendo o país. Com foco em apenas 513 eleitores, a campanha eleitoral para definir o novo presidente da Câmara vem mobilizando recursos dignos – se é que cabe o termo – de uma eleição para o poder Executivo. Fortunas estão sendo gastas com jatinhos, salões de convenção em hotéis e mimos de toda sorte aos eleitores.

    O que mais impressiona é que até o candidato governista vem alardeando “independência” do Planalto. O que antes chegou a ser um ativo, proximidade com o Planalto agora virou demérito.

    O favorito para presidir a Casa continua sendo o candidato do PMDB. Desafeto declarado do Planalto, está sendo apoiado (veladamente) pela maioria do PSDB, que, pró-forma, diz apoiar o candidato socialista de Minas. Mas como a eleição do presidente da Câmara deve ir para o segundo turno, Cunha será o beneficiário dos votos tucanos.

    Mas o que tem a ver a eleição na Câmara com o processo de sabotagem que está esfacelando a maior empresa brasileira?

    Ao longo de 2014, as ações da Petrobrás perderam cerca de 37% do valor em relação a 2013. A empresa perdeu R$ 87,182 bilhões em valor de mercado, caindo de R$ 214,688 bilhões em 2013 para R$ 127,506 bilhões em 2014. E, só em janeiro deste ano, a empresa perdeu mais 20% de seu valor de mercado.

    Esse esfacelamento da Petrobrás, porém, não irá matá-la. Apenas irá tornar baratíssima uma empresa que, atualmente, controla uma das maiores reservas de Petróleo do mundo.

    O petróleo pode oscilar de valor – no momento, o preço despencou –, mas, por ser um recurso finito, quem controla grandes reservas dessa commoditie sabe que cedo ou tarde irá auferir lucros estratosféricos.

    ResponderExcluir
  5. Eduardo Cunha é a chave da privataria na Petrobrás (2)

    Neste ponto, as lentes deste texto se voltam para a dita “grande imprensa” brasileira, a famigerada “mídia”. Meia dúzia de mega empresários controlam praticamente toda a comunicação de massa no Brasil e estão prestando um serviço inestimável àqueles que salivam diante da possibilidade de privatização da Petrobrás, pois, como deve ser, veem a empresa com os olhos postos no futuro.

    A “grande imprensa brasileira” já se beneficiou de privatizações antes. Ao longo da famigerada “privataria tucana”, levada ao cabo no fim do século passado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, veículos de comunicação que divulgavam editoriais furiosos em favor das privatizações foram os primeiros a comprar o que estava sendo vendido a preço de banana.

    Quem quiser conferir melhor essa divisão do saque ao patrimônio público pode acessar o estudo “INVESTIMENTO E PRIVATIZAÇÃO DAS TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL: DOIS VETORES DA MESMA ESTRATÉGIA”. Esse estudo não contém opiniões, contém fatos – quem comprou o quê durante o processo de privatização do governo FHC.

    Entre esses, esteve o jornal O Estado de São Paulo, por exemplo, que, durante a privataria do Sistema Telebrás, comprou parte da cobiçada Área 1, que incluía a região metropolitana de São Paulo.

    A Bell South (operadora americana líder absoluta na telefonia celular da América Latina nos anos 1990) participou do consórcio BCP, que adquiriu a área 1 (região metropolitana de São Paulo), pagando um valor de R$ 2,647 bilhões pela concessão – isso mesmo, 2 bilhões e pouco de reais, acredite quem quiser.

    O consórcio BCP virou operadora de telefonia com esse mesmo nome. O grupo que comprou o filé da telefonia brasileira a preço de banana foi formado pelo Banco Safra e pela OESP (grupo formado pelo jornal O Estado de São Paulo) e pela Splice (fabricante de telequipamentos sediado no estado de São Paulo).

    Talvez por conta de justiça divina, porém, o negócio foi um mico e a difícil situação econômica do Estadão, hoje, deriva da negociata em que se meteu ao vender aos brasileiros que a privataria tucana lhes seria favorável só para que pudesse participar da pilhagem do Sistema Telebrás.

    Todos os outros grandes grupos de mídia, de uma forma ou de outra, participaram da pilhagem do patrimônio público brasileiro pelo governo FHC. E, agora, esses mesmos grupos de mídia salivam diante das incomensuráveis reservas do pré-sal, controladas pela… Petrobrás!

    Contudo, Dilma Rousseff tem um mandato de quatro anos pela frente – uma eternidade, por certos critérios. Um desses critérios é o prazo de maturação do pré-sal. Daqui a quatro anos, o Brasil estará sob uma chuva de dinheiro oriunda da exportação de Petróleo. Se a empresa continuar sendo patrimônio público, o petróleo financiará educação de boa qualidade para uma geração inteira e mudará o Brasil para sempre.

    Porém, com Dilma no cargo não vai rolar. Podem atacar a Petrobrás de tudo quanto for jeito que não vai adiantar. O regime de exploração do pré-sal continuará sendo o de partilha (o Estado contrata empresas privadas para retirar o petróleo do mar e lhes paga comissão) e privatizar a empresa, nem pensar.

    A “solução” para que a mídia e uma meia dúzia de expoentes do PSDB possam enriquecer de forma inimaginável com uma eventual privataria também na Petrobrás, é uma só: há que derrubar Dilma Rousseff e estraçalhar politicamente o PT. Aí estará aberto o caminho para o maior saque ao patrimônio público da história do Brasil.

    ResponderExcluir
  6. Eduardo Cunha é a chave da privataria na Petrobrás (3)

    É aí que entra Eduardo Cunha. Desafeto declarado de Dilma e do PT, lobista de empresas de telefonia e tantas outras, metido em transações obscuras, para se viabilizar como candidato à Presidência da Câmara ele teve que chegar ao ponto de, há poucos dias, negar que, vencendo a eleição, irá aceitar pedido de impeachment de Dilma – receber ou não um processo como esse é atribuição do presidente da Câmara.

    Por outro lado, o ex-vice-governador de São Paulo Alberto Goldman, ao longo deste janeiro de 2015 declarou, mais de uma vez, que o seu partido está disposto a embarcar na aventura do impeachment da presidente da República.

    Como não poderia deixar de ser, ninguém acredita em Cunha quando ele nega que irá patrocinar um processo de impeachment da presidente da República.

    O jornal Folha de São Paulo deste sábado (31/01), por exemplo, publicou editorial em que reconhece que o peemedebista, presidente da Câmara, simboliza a instalação do processo contra Dilma.

    No mesmo jornal, no mesmo dia, o ex-porta-voz do governo Lula André Singer, filho do economista Paul Singer, concorda com o editorial em sua coluna sabática.

    Se o impeachment pode vingar caso Cunha seja eleito? Difícil dizer. Se persistir a atual situação de fragilidade política de Dilma, a dúvida de que essa aventura terá sucesso é pequena. O apoio político do novo governo, no momento, é relativo até em seu próprio partido. E com o juiz Sergio Moro tratando de tentar envolver a presidente e Lula, tudo se complica ainda mais.

    Cunha, portanto, é a chave para que Globo, Folha, Veja e Estadão, entre outros menos favorecidos, lucrem fortunas imensuráveis com a privatização da Petrobrás e adquiram um poder quase de Estado em um eventual governo ultraconservador que pode advir da derrubada do atual governo e do esfacelamento do PT.

    POR EDUARDO GUIMARÃES NO BLOG DA CIDADANIA

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Rindo com o nome dos Blocos de Carnaval

Amigo É Pra Essas Coisas

As lembranças e o agora