No aniversário de 70 anos, o sucesso e as difíceis lutas de Olivia Newton-John

Ontem, 26 de setembro, a cantora britânica - radicada na Austrália - Olivia Newton-John completou 70 anos.
Apesar de ser conhecida parcialmente pelos meus 17 leitores é de se perguntar se uma cantora de apenas relativo sucesso temporário no Brasil nos 70 e 80 merece um texto comemorativo de suas sete décadas de vida.
Merece sim e vocês vão concordar quando eu contar resumidamente sua história.
Neta de um Premio Nobel de Física alemão, Olivia nasceu com força e determinação, características que a iriam ajudar em sua carreira que começou como atriz e cantora adolescente lá nos anos 60 na Austrália, para onde seus pais haviam se mudado.
Vislumbrando que para seguir seu propósito precisaria voltar para a Inglaterra, fez isso nos início dos anos 70, quando gravou suas primeiras canções.
Ficaria restrita à Inglaterra não fosse o seu primeiro grande feito: conquistou logo de cara, em 1973, o grande mercado americano que era muito fechado à artistas ingleses que não fossem bandas de rock.
Um feito duplo, diga-se de passagem: conseguiu que uma balada Pop -"Let Me Be There" - figurasse por semanas nas milionárias paradas de Country Music. Isso causou uma enorme indignação nos puristas americanos mas ela não deu bola, ganhou o Grammy de "Melhor Cantora Country do Ano".
Seu sucesso continuou na Europa e EUA nos anos seguintes mas permaneceu desconhecida da maior parte do público brasileiro.

Por aqui o reconhecimento veio com sua atuação no filme "Grease" ("Nos tempos da brilhantina") de 1978 ao lado de John Travolta, que vinha de um grande sucesso no ano anterior, "Saturday Night Fever" ("Os Embalos de Sábado à Noite"). Dois filmes que marcaram uma geração.
"Grease" é um musical adaptado de uma peça da Broadway e foi uma das maiores bilheterias de todos os tempos, onde Olivia surpreendeu não só por sua voz, como também pela atuação.
Depois veio outro musical de sucesso mundial em 1980, "Xanadu", que continha excelentes músicas compostas pelo genial Jeff Lynne da banda Electric Light Orchestra.
Este filme mostra aquela que seria a última aparição no cinema do lendário Gene Kelly, que dança e canta com Olivia.
E o sucesso internacional não parou desde então. O que nunca foi muito divulgado é a sua relação com causas diversas, sobretudo seu ativismo ambiental, incluindo defesa de animais ameaçados de extinção, bem como contra maus tratos. O que lhe rendeu muitos problemas ainda nos anos 1970.
Ela chegou a ser embaixadora de causas ambientais das Nações Unidas! Não só isso, ao longo da carreira fez inúmeras doações de royalties, como por exemplo para o Fundo Unicef de Apoio à Infância. Foi portanto uma das pioneiras da música Pop a assumir uma postura de responsabilidade social com o seu sucesso.

Em 1992 foi diagnosticada com câncer no seio. Seu mundo caiu mas levantou-se, lutou e a doença regrediu. A partir daí seu ativismo foi no sentido de criar e ajudar entidades que apoiavam o tratamento do câncer de seio, bem como a divulgação de procedimentos como o auto-exame. Usava sua própria história e seus recursos financeiros e de imagem para isso.
Devido a este fato seu estilo musical mudou e ela gravou álbuns autorais como "Gaia: One Woman's Journey" e  "Grace and Gratitude", este com renda para a National Breast Cancer Organization.
Embora no Brasil tenha sido parcialmente esquecida seu reconhecimento internacional continua até hoje, com gravações de discos e DVDs e shows ao redor do mundo.
Em 2012 novo câncer foi diagnosticado no ombro e vencido com ajuda de tratamentos naturais. Ano passado outra vez, o terceiro, na região da coluna.
Olivia Newton-Jonh continua sua luta sem deixar sua carreira. Por exemplo neste mês de setembro lançou sua autobiografia chamada "Don't Stop Believin" ("Não pare de acreditar"). Também participou de uma caminhada anual em Melbourne (onde mora) com a meta de arrecadar fundos para um centro de pesquisa do câncer que leva o seu nome. Ela perdeu seu pai e irmã com o mesmo problema.
Aos 70 anos estará travando sua última batalha? Ela diz que talvez, mas continua vivendo plenamente sua vida e obra que poderá ter ainda muitos anos pela frente. Uma mulher de fibra, de força, de fé e de gratidão. Um exemplo a seguir. Happy Birthday, Olivia!