Olha pro céu!
Na serra tenho saudades do mar. No mar, saudades da serra. Se chove sinto falta do sol. Muito sol, saudades do frio e da chuva. Algum poeta deve ter escrito isso. Ou deveria pois não sou poeta. Dia 11 de julho, região Sudeste. Não é comum registrarmos menos de 16º C, mesmo no Inverno. Ao acordar, por volta das 06:30 h, ouvi a chuva e senti o frio cortante. Na verdade não senti. Imaginei. Ou, melhor ainda, me lembrei das intermináveis madrugadas no trabalho. No início, lá pelos anos 80, solitárias noites viradas à 90 km da costa, um oceano escuro de onde vinha um vento gelado, estruturas de ferro à minha volta, luzes amarelas e vermelhas indicando o caminho de fuga em caso de emergência. Nas minhas emoções a urgência era sair dali em direção ao aconchego do lar, por mais heroicas e gratificantes fossem as atividades em alto mar naquele tempo. Anos depois as madrugadas frias eram marcadas pelo acordar às 4:30 h, sair do acolhimento para o escuro chuvoso de ruas ainda desertas.