Quase uma Crônica Literária, Musical e de Auto-Ajuda

Houve um tempo em que eu, naturalmente, conseguia ler cinco(!) livros ao mesmo tempo. Sem dispensar revistas e jornais, que eu assinava.
Hoje não dá mais.
Verdade que naquelas eras passadas não tinha Internet, por conseguinte, nada de Redes Sociais. E também não existia TV por assinatura, com seus milhares de canais de notícias, filmes, esportes, shows, etc.
E eu não dedicava tanto tempo ao trabalho, nem perdia tanto tempo nos deslocamentos e não tinha filhos com quem me preocupar, contas a fazer, política a me ater e etc. e tal.
2015 começou e eu subitamente percebi que tinha voltado - parcialmente - ao passado e estava lendo três livros simultaneamente. Mesmo mantendo no dia a dia os itens citados acima, sem esquecer o etc. e tal.
Não foi planejado. Fui começando a ler e pronto. Agora tento dar conta. Não sei quando termino.
Para mergulhar numa aventura dessas, tudo pode indicar tratar-se de livros de auto-ajuda em uma possível tentativa de superar uma suposta crise existencial.
Nada disso. Nada de crises. Quer dizer, eu acho.
Pelo menos faz muito tempo que não me animo com tais leituras (as de auto-ajuda). Até me interessei por um ainda há pouco, quando li uma resenha sobre a obra "Felicidade Incomum – o caminho do guerreiro compassivo" de autoria do monge budista Dzigar Kongtrul Rinpoche (Makara Editora).
A resenha mostra que o raciocínio do livro é discorrer sobre a necessidade de "despoluir" o pensamento, no sentido de "limpar" a mente, ensinando a lidar com as cinco emoções aflitivas que nos fazem sofrer: apego, raiva, orgulho, ciúme e ignorância. Humm...
Acho que já devo ter lido sobre isso. E pode ser que tenham feito algum efeito (ui!) positivo sobre este que vos fala, mas não sei não. Pelo menos não saberia quantificar nem qualificar.
Afinal, somos o resultado mutante da soma de tantas coisas que é impossível darmos conta de entender e explicar nós mesmos. Ok estou comentando sobre mim, melhor não usar o plural se não esta vira uma crônica de auto-ajuda e o objetivo é comentar sobre os livros e eu nem comecei ainda: estou é dando voltas sem rumo certo. Eu não. O texto.
Mas talvez esta não seja mesmo uma crônica sobre livros e sim sobre a falta de tempo de darmos uma parada para lermos o que está se passando dentro de nós. Voltados para o externo, esquecemos que a única companhia eterna que temos somos nós mesmos. Religiosos poderão dizer: "temos Deus eternamente ao nosso lado". Outros religiosos dirão: "não, Deus está dentro de nós". Então mais um motivo para deixar de lado o externo e procurarmos dentro de nós mesmos.
Mas com Internet, TV por assinatura, trabalho, preocupações, corre-corre? Fica difícil até o "penso, logo existo". Ou "medito, logo existo".
Será então esse arremedo de crônica (literária?) um ensaio para o meu próprio "em busca do tempo perdido"?
Desisto. Desculpem tê-los feito chegar até aqui. Perder um tempo precioso. Se é que alguém chegou.
Se ficaram curiosos, os livros que eu ia tentar discorrer são: "Inside Out - A Verdadeira História do Pink Floyd" de autoria do baterista da banda, Nick Mason (Editora Escrituras); "A Revolução Global - História do Comunismo Internacional, 1917-1991" do historiador italiano Silvio Pons (Editora Contraponto) e o box (cinco livros!) "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George R. R. Martin (Editora Leya).
É isso. Vou ler agora. Agora não. Depois do trabalho. Se der tempo.
Mas não vamos esquecer de nossa música. Como o livro do Nick Mason está na lista, deixemos o Roger Waters e o David Gilmour nos dar o seu recado: confortavelmente entorpecidos.

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