Um texto de origem externa no 'centro das atenções'

Uma das premissas que fixei ao criar este blog é que ele conteria apenas textos escritos por mim (e eventualmente pelo Luiz Felipe, caso aceite o convite para participar, quando desejar).
E não poderia ser diferente, pois as "impressões" são minhas, né?
Não, não se trata de egocentrismo. Longe disso. Ao contrário.
Tem muita gente boa escrevendo coisas realmente interessantes e eu não queria misturar meus escritos primários com esta galera de alto nível. Além do respeito aos direitos autorais.
Mas...
Acontece que tenho resistido bravamente para não quebrar a premissa, só que está cada vez mais difícil.
É que descubro um texto legal, curioso, impertinente, etc. e penso logo em copiar e colocar aqui.
Em resumo, estou desistindo daquele minha "auto-exigência". E o texto a seguir - publicado no Diário do Centro do Mundo - é que me fez decidir isso.
E por um motivo a mais não explicitado acima. É que trata-se de um assunto/artigo (na realidade são dois, o primeiro está no link indicado) que só poderia ser escrito por uma mulher. Daí...
A autora é a escritora e jornalista Laís Montagnana. Vale a pena ler, se for maior de idade (conforme aviso no acesso ao blog) e achar o tema digno de interesse... Tem gente que não gosta, então tá tudo bem.
Observação que se faz necessária: ao 'copiar e colar' não peço permissão ao autor. Nem ao blog ou site em que foi originalmente publicado. Corro o risco portanto de ser questionado pelo fato.
No entanto, tenho alguns amenizantes: este blog não tem fins lucrativos, sempre colocarei o nome do autor com link bem como do site em que o texto originalmente foi postado e o artigo sempre aparecerá entre aspas.
Desta forma vemos a inserção como divulgação do autor e do blog/site originais.
Isto é, se alguém ler este blog aqui.
Nem ligo. :)



Como os homens reagiram a um texto da nossa colunista sobre sexo oral

"“Como assim, tem homem que não gosta de chupar?”

Essa foi a reação da maioria dos caras que vieram falar comigo após ler um texto meu que mostrava que, segundo uma pesquisa, 43% dos homens não pratica sexo oral em suas parceiras. Detalhe importante: 1/3 dos rapazes que cumprem essa função a realizam com nojinho.

Muitos cidadãos respeitáveis também me procuraram pedindo pra eu mandar fotos, mas já dando sinal positivo de que topavam sim preencher a vaga do ‘anúncio’ (aka meu texto). Recebi duas propostas de ménage, uma oferta de emprego (ser comentarista num site que avalia pirocas), o melhor email hater de todos os tempos (com direito a me chamar de libertina <3 ), uma quantidade considerável de “vale-chupada”, 738 solicitações de amizade no Facebook (na próxima vez escreverei sobre dinheiro pra ver se assim fico rica) e um tumblr porn só com imagens dedicadas ao tema.

Saldo positivo, não?

Mas o melhor feito alcançado foi tocar em um dos calos da sociedade patriarcal: a sexualidade feminina. Afinal, apesar de estarmos em pleno século XXI, assim como mamilos, esse assunto continua polêmico.

Me desenha uma vagina? — perguntaria a pequena princesa numa adaptação de Saint-Exupéry para uma ótica feminina contemporânea. Acha a tarefa fácil? Então te desafio a pegar o papel e a caneta e colocar em prática seus conhecimentos de anatomia.

O portal Mic fez esse desafio para alguns homens e o resultado seria cômico se não fosse trágico: os caras não sabem como é uma vagina. Temos medo do desconhecido, e talvez seja dessa ignorância que vem uma parte do nojinho que esses caras dizem sentir ao fazer oral numa dama.

Aliás, muitos homens também reclamam que AMAM chupar, mas a namorada não curte ou não deixa. Isso infelizmente acontece porque muitas mulheres também não conhecem a própria vagina. Elas não se conhecem e aí não sabem como podem sentir prazer. É que somos ensinadas desde cedo a não olhar para nosso órgão sexual porque nos dizem que bucetas são feias, fedidas, cheiram a peixe e são sujas já que é por ali que saem sangue e excreções.

Muitas vezes essa ideia fica incrustada em nossa cabeça e demora pra ser desfeita. Para esse caso, convido a amiga a pegar o espelhinho e ficar cara a cara com a própria vagina pra descobrir que não precisa sentir repulsa de uma parte do seu próprio corpo que pode proporcionar tanto prazer.

A liberação sexual da mulher ainda gera polêmica. Isso explica o tanto de reações que uma mulher afirmando que gosta e não abre mão de ser chupada gerou (tanto de aprovação quanto de haters). A mulher que afirma que gosta de sexo assusta. Gera admiração e repulsa, desejo e ódio, curiosidade e medo.

Pra você ver o absurdo disso tudo: estamos falando de sexo, a coisa mais natural do mundo, e o fato de ainda ser tabu é que gera esses sentimentos confusos. Isso também é reflexo da cultura pornô que acaba reforçando o falocentrismo de que no sexo o prazer todo é voltado para o homem.

A garota geralmente fica uma meia hora chupando o cara e quando, com sorte, é retribuída tem só uns 5 minutos de prazer no máximo, ou seja: é normal o homem ter seu tesão saciado, a mulher não. A cultura do pornô não valoriza o prazer feminino. Isso faz com que tenhamos que “cobrar” a nossa vez e, às vezes, mais que isso: temos que dar o direcionamento pro boy, afinal se eles não sabem como desenhar uma vagina vão saber muito menos como chupar uma – e não tem coisa mais irritante que cara que mete a língua dura direto no clitóris e fica pedindo pra você gozar de 5 em 5 minutos.

Infelizmente, também escutei muito chorume com direito a cantadas nojentas e muito cara dizendo: “Ah se não gosta de chupar buceta é porque ‘não é homem de verdade’”, como se os gays fossem “menos homens” por não serem heterossexuais.

Também teve cara que veio me dizer que não entendia como eu poderia ter escrito aquilo “no bom sentindo, porque isso jamais deveria ter acontecido”, como se o fato de eu merecer ter prazer sexual ou não vai diretamente de acordo com a minha aparência e a aprovação masculina.

Me poupe!

Mas também houve boas surpresas, como o retorno do P.A. ex-não-chupador que refez sua reputação e compareceu bonito (será que ele me leu? risos) e vários leitores bacanas que se solidarizaram com a causa e fizeram juras de orais eternos em suas parceiras a fim de nunca decepcionar o público feminino.

Como esse cara que deixou a reflexão com a qual encerro o texto: “Não consigo entender, ao meu ver o mais importante no sexo seria satisfazer a parceira de todas as formas, não é? Se o rapaz não entende isso, só tenho pena dele.”."

Laís Montagnana
Sobre o Autora
"Laís Montagnana, nem puta, nem santa. Amante de bons drinks, bons discos, noites quentes e mesas de bar na calçada."

Comentários

  1. Prezado Marcos,
    O blog é seu, você tem liberdade para postar o que quiser, mas acho que, em nome do que li dos belos e instigantes temas que publicou em outro espaço, deveria repensar bem o que fazer com um tema tão irrelevante como esse.
    Perdoe-me, não tenho nenhum preconceito ou outra coisa que o valha sobre esse assunto, muito pelo contrário, adoro tal parte feminina e faço com prazer, mas não acrescentou nada esse texto.

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  2. Caro Anônimo(a?),
    Agradeço o comentário e a recomendação, que verdadeiramente levarei em consideração.
    Só um detalhe: em que pese a irreverência da autora (ou: ainda bem que ela é irreverente), este é um tema que com certeza atinge uma parcela de público, até porque a moça conhece bem a matéria. Acontece que está dentro daquele range de temas que são evitados a todo custo, mesmo em tempos de Internet, o que gera problemas para esta mesma parcela citada. E quem não vive isso não sabe a dimensão. Pode-se até achar um absurdo.
    Mas tem gente que vive a problemática da sexualidade que gera outros problemas mais sérios. Psicólogos e Sexólogos que o digam. Textos que não acrescentam nada para uns, podem ser libertadores para outros. E eventualmente um blog despretensioso pode ajudar.
    Enfim, é difícil sermos espelho de outros. Como dizia o Raul "cada pessoa é um universo". Dependente e independente.
    No mais, tentaremos continuar sendo ecléticos, respeitando a particularidade de cada um. Mas reconhecemos que é tarefa quase impossível agradar a todos.
    Abraço.

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  3. Em tempo: já vieram me falar que foi uma ótima sacada a inserção deste artigo e que o blog deveria seguir exclusivamente neste caminho, evitando política, por exemplo... Como disse, impossível agradar a todos.

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  4. é isso aí marquinho. manda mais dessas. chega de intelectualidade! kkkkkkkkkkkk

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  5. Esse Anônimo é do PSDB. Joga contra!

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  6. Hehehe... Calma Marquês, calma. Não sabemos, não sabemos.

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  7. Aos brilhantes comentaristas, um grande aplauso! Merecem.
    Marcos, nunca fiz nenhum comentário em seu espaço. E, estava bem certa em não fazê-lo antes.
    Você não precisa agradar a ninguém. Muito menos a mim.
    Fiz apenas uma simples observação que, pelo nível que achei de seus antigos posts, pensei que valeria a pena. Mas,... que pena!
    Talvez o marcio joia esteja certo: "chega de intelectualidade! kkkkkkkkkkkk".
    Enjoy it

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  8. Thanks, Mr.(s?) Anonymous.
    Enjoy it you too.

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  9. Eu defendo o ecletismo do blog e adorei o post.
    Mas sem deixar de lado a "intelectualidade".
    O fato é que a visão do Marcos é mais ampla e não se prende a horizontes.
    Parabéns amigo!

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  10. Pois eu digo que adorei o post e acho que ele não desmerece em nada o excelente trabalho do Marcos neste blog e no blog do Luiz Felipe. Até melhora.
    E tem mais, assino embaixo o texto da Laís.
    É isso mesmo!

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  11. Obrigado pelos comentários Jefferson e Alice!
    Abraços.

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  12. Vejam só como as impossibilidades construidas (e negadas) pela absurda transparência dos fatos humanos em tempos do complexo à mesa, podem nos tornar todos, da noite para o dia, heróis ou o grande vilão e inimigo número 1!
    Se não tem sentido para mim não deverá existir no mundo!
    Tive um professor de Direito Penal q não cansava de afirmar que "aquilo que não estiver nos autos não existe no mundo"! E eu simplesmente ficava puto c aquela aula pérola do nosso Direito e da Justiça que impera...pois bem, continuemos a negar e veremos a pele ressecar frente ao escaldante sol dos tempos sem chuva...sem água e é só o q restarar...resseguem, não haverá gozo q de conta!

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  13. É isso Felipe!
    Valeu pela marcação de presença nas discussões.
    Ótimos paralelos da situação com o episódio narrado do seu curso de Direito e também com a crise que vivemos.
    Realidade forte é o que você registrou no início: de herói a vilão em 1 segundo e vice-versa. Coisas do século XXI, onde tudo tem que ser conforme pensamos ou queremos, senão não serve...

    No aguardo das chuvas, um grande abraço.

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  14. É Marquinhos, correria e smart é uma combinação p erros: ...restará. ..ressequem...em tempo!

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  15. Sem preocupações com relação a isso, caro amigo. Sabemos que é a correria, digitação. Muito pior é o que andamos vendo nas Redes Sociais. E aí não é correria não.
    Abraço.

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  16. Adorei o post, Marquinho! Um assunto que envolve, infelizmente, tabu, mas que reforça a necessidade de valorizar e respeitar o bem estar das mulheres. Obrigada!!! Parabéns!!!

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