Despedidas
Na semana passada eu estava chegando em casa de carro quando passei pelo Seu Francisco. Ele me acenou, com um sorriso. Figura simples e gentil. Atencioso, sempre disposto a uma boa conversa, onde contava as longas histórias de sua vida, muito interessantes. Estatura baixa, poucos cabelos brancos, voz pausada e suave, olhar intenso e casos curiosos pra contar. Era um avô que todos gostariam de ter. Precisava bater um agradável papo com ele, eu me cobrava. Quase não tinha tempo antes mas agora, aposentado, não tinha desculpa. Dias, semanas, meses se passaram e eu só no adeusinho enquanto o automóvel seguia seu rumo e ele acompanhando a trajetória. Abri o portão automático da garagem, entrei com o carro e aquele pensamento de ir falar com ele naquele instante se esmaeceu. Atendi o celular, subi a escada, atravessei a porta. No dia seguinte chega a notícia: Seu Francisco morrera naquela noite. Um enfarte agudo o levou. Além do triste golpe, algo a mais a pesar sobre meus ombros: a