As peras e o tempo
Certa vez uma amigo me disse que não ligava para as memórias, para o passado. O que vale é o momento presente, segundo sua visão de mundo. Não importava - para ele - se eram momentos bons ou ruins a serem deixados para trás. Eles tinham que ficar lá e nada mais. Esse "nada mais" é o xis da questão. Há filosofias, talvez a budista, que podem dizer algo semelhante. Não sei. E tem, talvez, os existencialistas. Fiquei sem esboçar reação diante daquela declaração. Estaria ele correto? Serviria tal proceder uma matéria para reflexão a ser aplicada em minha própria vida? Faz tempo desde esta declaração, mas eu nunca esqueci. Ele provavelmente já. Aliás, como faz muito tempo que não o vejo, deve ter até esquecido de mim também. Nunca me pareceu ser uma pessoa infeliz ou com algum problema psicológico, o que pode depor a favor de seu estilo de "esquecimento de tudo", sempre seguindo em frente. Eventualmente me recordo disso quando lembranças afetivas me incorrem. O