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Mostrando postagens de 2015

O Calendário da Pirelli e a Nostalgia de Fim de Ano

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Décadas de 1970 e 1980. O carburador do Fiat 147 Rally branco (meu primeiro carro) dava problema. Platinado, velas... O sujeito ia naquela oficina do bairro resolver a questão. Na oficina, cheiro de graxa, nas paredes, graxa. O Voyage (meu segundo carro) furava o pneu. Terceira vez no mês. Vamos lá na borracharia do bairro. Na borracharia, cheiro de borracha. Nas paredes, graxa. Nos dois casos, coisas em comum: escurecimento das paredes pelo gás carbônico e um local que era um oásis: pendurado na parede, em destaque, tamanho grande, limpinho, o calendário anual da Pirelli, com suas beldades devidamente despidas em fotos artísticas registradas pelos mais feras de cada época. O tempo passou, os automóveis agora frequentam as assépticas oficinas das concessionárias e os pneus quase não furam mais. Oficinas de bairro e borracharias sobrevivem graças aos carros mais antigos, mesmo assim tornam-se cada vez mais raras. E, entrando na onda do politicamente correto, não exibem mai

Vida exposta ao mundo: banalização da violência contra mulher

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Da mesma forma que falei no outro blog - o do Felipe Muniz - no fim do ano e durante o verão, costumamos diminuir a nossa atuação nestes espaços virtuais. É o mesmo este ano, só que, na prática, já estamos em compasso bem lento há vários meses. A falta de posts diários tem a ver com o momento, que nos tem exigido muita dedicação tanto no trabalho quanto nos demais momentos pessoais. Fica assim sem muito significado dizer que vamos dar uma diminuída no ritmo nesses meses quentes de férias, pois o ritmo já anda bem lento. O que podemos dizer é que esperamos que em 2016 possamos retomar com intensidade as nossas impressões, uma vez que assuntos para  isso não faltam. E, para encerrar, comecei a fazer um comentário sobre o mais recente viral da Internet. Procurando por mais subsídios que consolidassem a minha opinião sobre o fato, me deparei com uma artigo da Nathalí Macedo, de quem já publiquei alguma coisa aqui (confesso que não me lembro o tema). A abordagem dela era tão semelha

A chuva e as canções

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  A chuva (tão esperada) que vem molhando a Região Sudeste durante toda esta semana, me fez lembrar de algumas canções que a tinham como tema. Quer dizer, que a tem, pois música boa é imortal, mesmo que seja uma simples canção Pop. Chuva traz um sentimento de nostalgia, sobretudo quando ela é fina e fica durante vários dias respingando em nossas janelas e em nossas lembranças. Como faz tempo que não posto aqui as séries Flashback e Good Times, seguem algumas para matar a saudade, pois ela (a saudade), não tem idade - como diria um velho bordão da extinta Rádio Mundial (ou será que era a Tamoyo?). Com isso aproveito e fujo um pouco do desgastante surrealismo político da atualidade. Essas são apenas algumas das que me lembrei. Fica para outra oportunidade as demais, inclusive as nacionais.

O Botafogo e a Maitê Proença Nua

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Para quem não é ligado em futebol, informo que o Botafogo foi rebaixado ano passado para a segunda divisão. Situação difícil para um clube grande. Uma torcedora famosa do time alvi-negro disse que se o mesmo conseguisse retornar à primeira divisão em 2016 ela iria tirar a roupa em público! Pois não é que o Botafogo não só conseguiu um bom resultado em 2015 como foi o campeão da segundona! Daí começaram as cobranças para que a distinta e bela moça (já "cinquentona"!), cumprisse a promessa feita. Quem acompanha essas coisas de futebol e de mulheres bonitas já sabe de quem estou falando: da atriz, escritora e apresentadora Maitê Proença. E ela cumpriu a promessa ontem! Live! Bem, quase toda. Mas valeu! Depois ela perguntou nas redes sociais se nós tínhamos gostado. Gostamos sim Maitê! Nasci tricolor mas, neste caso específico, sou botafoguense desde sempre! P.S.: O vídeo foi gravado da TV e colocado no You Tube. Para uma reprodução de melhor qualidade confiram em: &

O Ano do Gato: A história de uma inesquecível canção

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Temos um grupo (pequeno) de amigos no WatsApp ligados em música. Esta semana eu lancei uma ideia: cada um indicaria um disco para que ouvíssemos durante a semana (são todos colecionadores inveterados). Um deles indicou um CD que eu adoro, e escuto há mais de 30 anos: "Year of the Cat", do escocês Al Stewart, que grava desde 1967. Este álbum foi lançado em 1976, no Brasil em 1977, e converteu-se no maior sucesso comercial do cantor, sendo considerado por muitos um dos grandes clássicos dos anos 70 (por mim inclusive). Além das ótimas composições o disco contou com uma engenharia sonora impecável. E não poderia ser diferente pois quem produziu foi nada menos que Alan Parsons, o mesmo jovem que havia atuado no magnífico "The Dark Side of The Moon" do Pink Floyd e criaria naquele mesmo ano o também impecável "Alan Parsons Project" que lançou discos memoráveis. Alan também toca alguns instrumentos no disco. De todas as ótimas canções a que obteve maior

Kraftwerk: música eletrônica, andróides e sentimentos

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Já faz tempo que não abordamos aqui literatura, música, filmes e artes de forma geral. Curioso, porque o objetivo maior deste espaço, quando de sua criação, era registrar impressões sobretudo relativas ao tema artes áudio-visuais. Talvez o momento venha sendo mais propício a reflexões diversas acerca de detalhes cotidianos e existenciais. Bem, resolvemos hoje retornar às origens. Acabo de ler o livro "Kraftwerk Publikation" (Editora Seoman, 351 páginas), que traz a biografia do seminal grupo alemão: "Uma história sociocultural dos precussores da música eletrônica para as massas". Desde meados dos anos 1970 acompanho a trajetória deste único, peculiar, estranho e magnífico grupo. A banda é fora dos padrões porque se assemelha mais a uma equipe de cientistas em seus laboratórios tecnológicos do que uma banda musical. E é mais ou menos isso mesmo. Na época não existiam as facilidades dos Hardwares e Softwares de hoje e eles próprios (engenheiros eletrônicos) d

Morando em si mesmo (ou em um bar à beira-mar)

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Comecei este fim de semana (sim, o fim de semana começa na sexta, é claro!) lendo a seguinte frase poética de Mario Quintana: "Eu moro em mim mesmo. Não faz mal que o quarto seja pequeno. É bom, assim tenho menos lugares para perder as minhas coisas." Foi citado pelo escritor - ligado em meditações diversas - Pedro Tornagui, acompanhado desta foto aqui ao lado, de uma casinha perdida em uma agradável floresta. Verdade que tá cada vez mais difícil "morar em si mesmo", com licença poética ou não. Aliás o feriadão é um convite à tese contrária: pegar avenidas e estradas engarrafadas em direção à praias e, eventualmente, serra. Uma perda de tempo que sou adepto. Mas a sexta apresenta-se nublada e eventualmente chuvosa. Talvez o feriadão permaneça com muitas nuvens e a tradição do dia de finados chuvoso se cumpra, o que hoje já seria uma exceção: tradições (mística) e meteorologia (ciência) não tem se combinado ultimamente. Mas, na maioria das vezes - desconfio -

A dura decisão da Playboy americana e as impressões que isso me causou

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Ando meio desanimado para escrever as minhas crônicas semanais aqui no Impressões e no Blog de Luiz Felipe Muniz . Leve depressão? Não. Falta de tempo. Na verdade deve ser é falta de criatividade. Ou incapacidade mesmo. Então tá. Sobre que tentarei escrever? Enquanto penso dou uma olhada no Face. E em alguns sites. Como sempre, ouvindo uma música ao fundo. Na madrugada, no CD player , não rolava um Blues, mas o som Smotth Jazz do Matt Marshak, CD "Lifestile". Vejam (ou já vão ouvindo) ele lá no final deste texto. O título do disco acende a primeira luz do que poderia ser um tema. A segunda luz veio de um post feito pelo amigo Betinho, sempre alegre, gaiato e crítico, sobre tempos passados versus tempos presentes: " Sabe porque eu sou feliz? Porque curti, mesmo novinho, o final da década de 60 do século passado. E eu curti pra 'caráleo' a geração da década de 70. E curti pra cacete a geração da década de 80. E curti pra caramba a geração da década de 90. A

O sonho que tive e seu possível significado (sem recorrer a Freud)

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Um ônibus no sonho? Tenho sonhado ultimamente. Pode não significar nada que mereça um registro aqui e vocês - meus 17 leitores - estarão certos. Mesmo assim me arrisco a escrever sobre isso. Ainda que com a possibilidade dos 17 se reduzirem a 7. Dizem que sonhamos sempre. O cérebro não para. Mas na maioria das vezes não nos lembramos. Ocorre que ultimamente tenho me lembrado. Pelo menos em flashes. Não sei se tem ocorrido com vocês isso também. Na última noite sonhei que estava em uma excursão. De ônibus. Na verdade íamos a um casamento. Em Brasília. Nos arredores de Brasília. Meio distante do centro. As casas eram de classe média, muito espaçadas uma das outras e eram longe de tudo. Pensei que não deve ser legal morar tão distante de um centro urbano. Aí me questionei: o que pensa um morador de Nova Yorque sobre quem mora em uma distante cidade de porte médio no Brasil? Ou o que pensa um morador de Ipanema sobre um morador do Irajá? Ou, ao contrário, o que acha quem fugiu d

La Barca e a história do sexo na praia (reminiscências de um cubano)

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Ler sempre esteve entre meus hábitos cotidianos, desde que me entendo por gente. E ouvir e colecionar músicas. Nunca fui de escrever (bem), muito menos de criar músicas, mas me insiro quase que automaticamente em uma boa história ou numa linda canção de outros. Alguns autores conseguem fazer as duas coisas ao mesmo tempo, escrevem como se fosse música, fazem música como se contassem uma história (mesmo que não tenham letras). Recentemente descobri um escritor cubano que, com suas reminiscências e análises do cotidiano masculino, conta coisas simples que me soam como pequenas canções. O nome dele é Fabio Hernandez, que publica no site Diário do Centro do Mundo . Reproduzo a seguir uma de suas histórias. E, como ele escreve por música - e nesse caso cita uma - resolvi reproduzir a canção mencionada ao final, o belo bolero "La Barca". O melhor sexo de minha vida. Por Fabio Hernandez "Juanita estava de amarelo naquela noite quente e estrelada de Cuba. Um vesti

Tenha medo, tenha muito medo...

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De volta ao Rock in Rio: Slipknot!

Musa da Semana (especial): Gisele Bündchen

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Ao longo de muitos anos lá no Blog do Luiz Felipe Muniz , tínhamos todas as sextas-feiras a requisitada seção "Musa da Semana". No momento suspendemos esta rotina mas a série não foi encerrada. Eventualmente reaparece, sem uma sequencia, desde que o tempo nos permita e haja algo realmente especial. Bem, nesse último item, sempre tem alguma coisa especial, convenhamos. E o que motivou este foi o lançamento anunciado pela Taschen, maior editora de livros de arte do mundo, sediada na Alemanha. Na Bienal que está sendo realizada no Rio a Taschen trouxe uma amostra da edição que vai ser lançada mês que vem: um retrospecto fotográfico da nossa querida Gisele Bündchen, a top das tops nos últimos 20 anos. No livro haverá imagens inéditas e outras já famosas. O objetivo é comemorar as duas décadas da carreira da brasileira mais famosa da atualidade com mais de 300 fotografias registradas por respeitados fotógrafos ligados à moda, como Irving Penn, Mario Testino, David Sims, Pao

Improvisando Soluções (ou: como o Jazz - e a música - pode ajudar sua vida)

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Da série do blog "The Book Is On The Table" Tenho lido menos livros do que gostaria. E visto poucos filmes em relação ao meu interesse. E tem muitos CDs e LPs nas estantes pedindo para serem ouvidos com calma. E o motivo é o mesmo de sempre: o tempo consumido com deslocamentos, trabalho e obrigações diversas me impedem de realizar o desejado. Poderia incluir ainda viagens (neste caso soma-se a questão financeira, nem sempre favorável), atividades físicas, encontro com amigos, etc. Mas não estou reclamando. Só registrando um fato que, desconfio, está afetando muita gente atualmente. No entanto o post é para comentar brevemente um livro. Condições adversas na saúde (forte estiramento muscular ainda em recuperação) me afastaram por algum tempo do trabalho e, no repouso, andei atualizando algumas leituras. Pelo menos isso, né?! Pesquisando em uma dessas livrarias virtuais me interessei pela obra "Improvisando Soluções" (2006) e encomendei, mais até pelo seu autor

Chillout, Downtempo, Ambient, Lounge: novas formas de fusão musical para novos tempos

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Como fazer uma música que seja calma e relaxante, que nos ajude como fundo musical nesses tempos corridos, mas que não seja necessariamente 'sonolenta'? E que possa ser usada até mesmo para dançar e, se o ouvinte assim o quiser, também para 'desestressar'? Ou para ouvir enquanto lê um bom livro ou navegar na Internet? Ou apenas para deitar no sofá e deixar rolar? A reposta está no uso da eletrônica, na escolha do ritmo correto, na busca de 'batidas' ora ancestrais, ora baseadas em folk music e em ideias desenvolvidas fora do eixo anglo-americano, como Bossa-Nova, por exemplo. Mas o Jazz e o Pop e suas diversas correntes normalmente não estão descartadas. O resultado conseguido por produtores e músicos deram em gêneros musicais batizados com diversas denominações, como Chill-Out, Downtempo, Ambient Techno, Dub, Lounge, Jazzy, Nu-Soul, Trip-Hop, etc. Esses rótulos guardam diferenças entre si, muitas vez não muito perceptíveis. Normalmente são utiliza

Abbey Roça

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Devido a motivos de "força maior", tive que me deslocar esta semana até uma área periférica da cidade. Um local distante uns 40 km da área central. Fazia muito tempo que não ia para aquelas bandas. Ao longo da RJ-216 conhecida também, em tempos mais antigos, como Estrada do Açúcar, se enfileiram diversos Distritos, que nada mais são do que bairros desconectados da continuidade da área urbana. Pensei que, depois de tanto tempo, aquelas antigas vilas estivessem minguado, muitas talvez fossem hoje "fantasmas" de um rico passado de usinas de açúcar que não existem mais. Me surpreendi. Continuam não sendo metrópoles, afinal essa não é mesmo sua vocação. Mas, de forma tranquila, a vida pulsa à beira da rodovia e nas estreitas ruas transversais que costumam avançar por algumas dezenas de metros e morrer subitamente em frente à um pasto, canavial, beira de rio ou matagal. Como não estou podendo dirigir - uma distensão em músculos da perna vai me deixar 'de